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Endemismo

O sapo flamenguinho é uma espécie endêmica.

O que isso significa?

As espécies endêmicas são aquelas vulgarmente entendidas como "não se encontrando em nenhum outro lugar". Ou seja, são organismos com uma distribuição limitada a habitats especializados, nativos de uma área geográfica restrita. Podem, no entanto, ser espécies com distribuição limitada a áreas muito alargadas, como um continente, ou a áreas muito reduzidas, como o topo de uma montanha. Os endemismos ocorrem em áreas de alguma forma isoladas e resultam da separação de populações de uma dada espécie, que deixam de se cruzar e, continuando a reproduzir-se, evoluem separadamente. Neste processo, podem mesmo vir a dar origem a espécies distintas.

A extinção

A extinção atualmente

Cientistas consideram que a atual taxa de extinção de espécies é, em média, entre cem mil vezes maiores que em níveis pré-humanos, e caminha para ser, em média, 10 mil vezes mais elevada. Esses valores, considerados muito altos, indicam que a situação nos últimos anos é de extinção rápida, com tendência à aceleração. Diante dessa realidade, pode-se dizer que a extinção de espécies, embora seja um evento que ocorra naturalmente e que é irreversível, tem se dado em uma escala sem precedentes por pressão humana.

A extinção dos anuros

Atualmente, os anuros são reconhecidos como um dos grupos de animais mais ameaçados de extinção em todo o mundo, e vêm sofrendo uma crise de grandes proporções desde a década de 1980. Cerca de 30% das espécies de anuros correm risco de desaparecer nos próximos anos. Aproximadamente 25% são tão pouco conhecidas que não somos capazes de dizer se essas espécies, de fato, estão ou não ameaçadas, e, do início da crise até hoje, 35 espécies já foram extintas na natureza (IUCN, 2009).

Pior do que descobrir tamanho perigo rondando os anuros é constatar que ainda estamos longe de controlar os fatores geradores dessa crise. A velocidade com que as populações vêm sendo afetadas por ela é muito maior do que aquela com a qual avançamos em conhecimento para traçar estratégias adequadas de conservação. Sabe-se que a causa dos declínios e das extinções desses animais está associada em última instância às alterações ambientais geradas pela ação do homem sobre o meio. Em outras palavras, ainda que não intencionalmente, somos nós os responsáveis pelo quadro dramático de risco de extinção que os anuros enfrentam hoje.

 

A localização do Parque

Situado na Serra da Mantiqueira, o Parque Nacional do Itatiaia abrange os municípios de Itatiaia e Resende no estado do Rio de Janeiro, e Bocaina de Minas e Itamonte no estado de Minas Gerais, onde ficam aproximadamente 60% de seu território. O parque está localizado entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, próximo à Rodovia Presidente Dutra, tendo como polo econômico mais próximo a cidade de Resende.

A história do Parque

Este foi o primeiro Parque Nacional do Brasil, criado em junho de 1937. O Parque Nacional do Itatiaia foi fundado em 14 de junho de 1937, por Getúlio Vargas, porém sua história vem antes disso. Dizem que a região já foi habitada por indígenas da família tupi da tribo conhecida como puri. Também conta-se que no início do século XX o governo enviou colonos para as terras de Irineu Evangelista de Souza (o Visconde de Mauá), para cultivá-las, mas o projeto fracassou. Com isso, essas terras ficaram desocupadas, e alguns anos depois, em 1927, se transformaram em uma Estação Biológica subordinada ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Mas foi em 1937 que o Parque foi fundado com uma área de 12.000 hectares, sendo o primeiro Parque Nacional criado no Brasil. Em 1982 sua área foi expandida para 30.000 hectares.

Características

O Parque Nacional de Itatiaia tem uma fauna muito diversificada, com representantes típicos e alguns endêmicos (espécies que ocorrem somente no local). Os impactos causados pelo homem, como incêndios, o extrativismo das florestas e a caça predatória, levaram a fauna a se dispersar, tornando-se alvo da extinção.

A fauna do Parque Nacional de Itatiaia apresenta aspecto endêmico peculiar, como ocorre também com os vegetais.

O grupo mais representativo são os insetos. Estima-se que haja 50 000 espécies na área de Itatiaia (cerca de 90 delas são exclusivas da região alta do Parque).

Entre os aracnídeos, são encontrados gêneros como a aranha-do-jardineiro (Lycosa); a aranha-armadeira (Phoneutria) e a caranguejeira (Ramphobetaus).

A ictiofauna é rara, a partir dos 750 m de altitude, devido às condições ambientais desfavoráveis – apesar da riqueza hidrográfica, os rios são pobres em plâncton. O cascudinho e o pequeno bagre são os peixes mais comuns.

A fauna dos anfíbios, em compensação, é rica e interessante. São conhecidas no Parque 64 espécies de sapos, rãs e pererecas (anuros), sendo 24 delas distribuídas nos vales, charcos e na vegetação do planalto. Entre os vários tipos, destacam-se: o grande sapo-itanha, o sapo-cururu e dois sapinhos do planalto: o Melanophryniscus moreirae – o sapo flamenguinho – e o Elosiapulchra, também endêmico da região.

Da encosta florestada até a área do planalto, na parte alta do Parque podemos encontrar 44 espécies de anfíbios que demonstram alto grau de endemismo, pois 25% das espécies tem sua ocorrência nos arredores dos brejos nos campos altimontanos.

Durante o inverno brasileiro, nos meses de julho e agosto, a temperatura diminui e a pluviosidade também, deixando o tempo seco e muito frio. Apesar de se situar em uma zona tropical, o pico costuma registrar temperaturas negativas durante o inverno e ocasionalmente neve em anos excepcionalmente úmidos. Em 1985 houve a maior nevasca do estado do Rio de Janeiro. 

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O PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA

O sapo flamenguinho

O sapo flamenguinho é uma espécie de sapo endêmica da região da Serra da Mantiqueira, mais especificamente do Parque Nacional do Itatiaia, e que sofre com o risco de extinção. As queimadas ocorrentes no Parque são sua principal inimiga, devendo ser combatidas para a preservação do sapo. 

O sapo

Características do Sapo

O sapo flamenguinho (Melanophryniscus moreirae) é endêmico da região do Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, ou seja, só existe naquela localidade.

É nativo da região, e vive nos campos rupestres. O sapo flamenguinho é visto somente em altitudes superiores a 2400 metros de altitude. O macho atinge cerca de 2,4 cm de comprimento, e a fêmea, um pouco maior, pode alcançar cerca de 3 cm. Essa espécie diurna ocorre em áreas de pântano ao longo de rios com águas límpidas e frias. O sapo flamenguinho deposita seus ovos em poças temporárias formadas pela chuva. Não se sabe se é capaz ou não de se adaptar a perturbação do habitat. 

O sapo flamenguinho se esconde em moitas e buracos para poder suportar o frio do Parque Nacional do Itatiaia. Seu período reprodutivo ocorre nos meses mais úmidos, de setembro a abril. Durante as estações mais secas e frias, de maio a agosto, interrompe a sua atividade, tornando-se impossível de ser encontrado no inverno.

História do Sapo

Em uma busca por aranhas que vivem enterradas no solo ou em barrancos, foram encontrados os primeiros registros do sapo flamenguinho. 

Eles estavam em estado de dormência (imóveis e encolhidos), cada um dentro de um buraco, com uma pequena abertura, que formava uma câmara onde se abrigavam. Quando manipulados demoravam de 12 a 15 minutos para se movimentarem. Este foi o primeiro registro publicado para a espécie e até mesmo para o gênero, explicando o fato de eles não serem encontrados nos meses mais secos e com baixas temperaturas, que podem chegar a -10ºC.

Em 2004, o sapo flamenguinho foi listado como espécie quase ameaçada de extinção, pois, embora sua extensão de ocorrência seja menor que 5000 km², ele está presente num habitat que não está sob ameaça significativa. Quatro anos antes, havia sido classificado como “em perigo”. A tendência da população atual é estável. Os principais riscos a essa espécie são o turismo e a recreação.

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